PERITA CRIMINAL DO INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA DE SÃO LUÍS É PREMIADA NO PRÊMIO FAPEMA 2018

No último dia 05 deste mês, ocorreu no Teatro Arthur Azevedo a edição 2018 do Prêmio FAPEMA, considerada a maior premiação científica do Norte e Nordeste. A cerimônia de entrega dos prêmios reuniu as principais instituições de pesquisa do Estado e teve o objetivo de valorizar os pesquisadores maranhenses e incentivar o fomento da pesquisa científica e da inovação tecnológica. Os trabalhos premiados foram submetidos a uma rigorosa avaliação por um comitê científico formado por pesquisadores de vários Estados do país.

Dentre os pesquisadores agraciados, destaca-se a premiação da Perita Criminal Bruna Azevedo, lotada no Instituto de Criminalística em São Luís – órgão este submetido a SPTC (Superintendência de Polícia Técnica Científica) – que recebeu o prêmio de Melhor Dissertação de Mestrado do Maranhão – Categoria Ciências Agrárias. Atualmente, a Perita atua na Secção de Engenharia Forense e Meio Ambiente, realizando perícias voltadas à constatação dos danos ambientais em locais de crime. Esta área encontra-se em expansão no Estado do Maranhão, devido ao aumento das demandas advindas das delegacias e promotorias da capital e do interior. Esse tipo de perícia é geralmente complexa porque inclui abordagens multidisciplinares e exige atualização constante dos Peritos Criminais na busca de novos métodos e tecnologias para detecção dos ilícitos ambientais.

A servidora cursou seu mestrado na Universidade Estadual do Maranhão, onde desenvolveu o trabalho voltado a avaliação dos impactos ambientais causados pela pesca de zangaria, uma modalidade de pescaria tradicional na costa maranhense e voltada para captura do camarão branco, crustáceo muito apreciado no nosso litoral. Os dados apresentados na dissertação da Perita Criminal Bruna Azevedo mostraram que a utilização de redes de zangaria pode causar um significativo impacto sobre as populações de peixes locais, já que cerca de 87% de todo volume pescado é formado, em sua maioria, por peixes juvenis e de pequeno porte. Devido a seu pequeno tamanho, esses peixes geralmente não são consumidos ou vendidos nos mercados da região, sendo descartados ou subaproveitados e, por ainda não terem se reproduzido, a captura desses animais compromete a sobrevivência de espécies comercialmente importantes como a corvina, pescadinha, peixe pedra, bagres, tainhas e sardinhas.
Diante desse cenário, a pesquisadora sugere a adoção de mecanismos de gestão mais sustentável para essa modalidade de pescaria como a formulação de uma política de ordenamento pesqueiro local, a revisão das restrições de pesca feita pelos órgãos ambientais e o monitoramento rigoroso do período de defeso e do tamanho redes de pesca. Tais medidas visam a manutenção de uma importante atividade econômica para o Maranhão, evitando a extinção de espécies e garantindo o sustento das comunidades que dependem diretamente da pesca.
O aprimoramento constante dos Peritos Oficiais de Natureza Criminal no Estado do Maranhão melhora a qualidade dos laudos produzidos e a análise da prova pericial, fornecendo subsídios técnicos importantes para instrução dos procedimentos criminais. O aperfeiçoamento acadêmico permite ao servidor uma atualização constante de técnicas científicas, dando robustez ao trabalho desenvolvido pelo Instituto de Criminalística de São Luís, sobretudo nas demandas relacionadas aos crimes contra o meio ambiente. Por isso os Peritos Criminais do Instituto de Criminalística, incansavelmente buscam mestrado, doutorado, entre outros formas de aperfeiçoamento acadêmico cientifico.

Comentários