O ÁRDUO CAMINHO DE UM PILOTO DA POLÍCIA CIVIL DO CENTRO TÁTICO AÉREO: A AJUDA QUE VEM DO ALTO NO ESTADO DO MARANHÃO


Originalmente o homem foi criado para viver e se locomover no solo, porém com seu anseio em querer mais, determinou que o céu seria o limite, quebrou todas as limitações impostas ao seu corpo, dando início a construção de máquinas e equipamentos que pudessem o transportar de maneira rápida para lugares distantes.
 

Dentro desse contexto aéreo, vamos apresentar o trajeto trabalhoso que um policial civil segue para se transformar em um piloto do Centro Tático Aéreo (CTA) do Estado do Maranhão, e como já foi descrito no título dessa matéria, a ajuda que vem do alto. Antes de iniciar a explanação, você sabe o que faz o Centro Tático Aéreo (CTA)? 

O CTA é uma unidade pertencente ao Sistema de Segurança Pública, com subordinação direta ao Secretário de Estado, tendo como missões o combate ao crime e o desenvolvimento de ações de defesa civil em todo território maranhense, de forma autônoma, bem como através do apoio aos demais órgãos que compõem o Sistema de Segurança Pública Estadual e quando solicitado, aos órgãos federais, municipais e a outras unidades da federação. 

As suas atribuições estão  na execução de operações de patrulhamento urbano, rural, ambiental, litorâneo e de fronteiras, escoltas e transportes de dignitários, de presos, de valores e de cargas, combate e repressão a assaltos a instituições financeiras, ao tráfico ilícito de substâncias entorpecentes, incluindo localização e erradicação de plantios, controle de distúrbios civis, apoio ao cumprimento de mandados judiciais, buscas e salvamentos, resgates e remoções aeromédicas, transportes de enfermos e órgãos humanos, ações em situações de calamidades públicas e de defesa civil, prevenção e combate a incêndios florestais e urbanos, plataforma de observação e monitoramento de rodovias, dentre outras missões inerentes à segurança pública e defesa civil, determinadas pelo secretário da pasta. 

Cientes agora de como a instituição funciona e de sua árdua missão, partimos agora para conhecer o caminho percorrido pelo protagonista principal na coordenação e execução dessa missão que é o piloto de helicóptero. 

O CAMINHO 

Para integrar o Centro Tático Aéreo é necessário que o policial realize o Curso de Operações Aéreas (COA). Após a sua formação, o policial é chamado para integrar o grupamento aéreo onde irá trabalhar inicialmente como Operador Aerotático, desempenhando a função de tripulante operacional e colocando em prática tudo que aprendeu durante o seu Curso de Operações Aéreas. Para se tornar um piloto o candidato precisa fazer cursos teóricos e horas de voo na aeronave para a etapa prática. 

A formação é composta por dois cursos: o primeiro é o Piloto Privado de Helicóptero (PPH). Essa licença serve para que o piloto realize voos com finalidade particular, ou seja, ele não poderá exercer atividade remunerada. Só o PPH é suficiente, por exemplo, para quem pretende voar o próprio helicóptero. 

O PPH é pré-requisito para o curso de Piloto Comercial de Helicóptero (PCH), que serve àqueles que querem seguir a profissão de piloto. Por lei, para trabalhar como piloto de helicóptero, é obrigatório ser portador de uma licença de PCH. 

Além disso, outros requisitos são necessários para voar no grupamento aéreo (Aviação de Segurança Pública), conforme legislação em vigor (RBAC 90). 

Além disso, o candidato deve se submeter a várias etapas para se tornar um piloto como Obter um Código Anac (CANAC). Esse número, composto por seis algarismos, será o código que o piloto usará ao longo de toda a sua carreira, e é necessário para realizar os passos seguintes da formação; obter o Certificado Médico Aeronáutico (CMA), com o CANAC, o candidato pode agendar a realização do Certificado Médico Aeronáutico (CMA). Este é um atestado médico, que determina que o piloto tem condições físicas e psicológicas para exercer a pilotagem. O CMA é obrigatório para iniciar a etapa prática da formação. 

Ainda durante as etapas, o policial civil precisar do Curso teórico de PPH com estudos teóricos. No Piloto Privado, não é obrigatório que o curso seja feito em escola homologada. O aluno pode estudar por conta própria e depois realizar a prova na ANAC (popularmente conhecida como banca da ANAC). As matérias são: regulamentos de tráfego aéreo, navegação, meteorologia, conhecimentos técnicos e teoria de voo e posteriormente fazer a prova teórica da ANAC. 

Por fim, o aluno deve iniciar o curso prático de PPH (horas de voo). O curso prático no helicóptero, composto pelas horas de voo de treinamento, pode ser iniciado a qualquer momento depois que o candidato já tiver o CMA em seguida vem o Curso teórico e prova da ANAC de PCH onde alunos com intenção de exercer carreira profissional têm como próximo passo a realização do curso teórico de Piloto Comercial de Helicóptero e, quando finalizado, a prova da ANAC. Além disso, para pilotar em Grupamento Aéreo de Segurança Pública deve-se observar as regras contidas no RBAC nº 90. Diferentemente do curso teórico de PPH, o de PCH é obrigatório em escola homologada e para encerrar o Curso prático de PCH. Para esse treinamento, é exigido um total mínimo de 100h de voo, já contabilizando as horas do curso de Piloto Privado. 

Pelo que vimos até aqui, a caminhada para se tornar um piloto de helicóptero do Centro, é longa, porém extremamente gratificante como podem afirmar os atuais pilotos. Para ser basta começar. Para tudo isso é necessário estudo e dedicação. 

DA TERRA PARA O CÉU 

Na organização policial, geralmente, a primeira etapa do futuro policial se dá através da academia de polícia, onde se opera formalmente a socialização dos “novatos”, com a introdução de conhecimentos e habilidades técnicas. A segunda etapa se realiza nos locais e nas posições designadas para o policial trabalhar, e a aprendizagem ocorre, privilegiadamente, a partir da realidade cotidiana da organização policial. 

O conhecimento é uma capacidade que é adquirida ao longo do tempo. É preciso um mínimo de conhecimento para entender como são desenvolvidas todas as atividades do realizadas pelo Centro Tático Aéreo do Maranhão. A capacitação e o aprimoramento dos policiais que executam operações em solo são de suma importância para prosseguir na carreira e alcançar outros objetivos, entre eles, ser piloto policial. 

ESTRUTURA DO CENTRO TÁTICO AÉREO DO MARANHÃO 

Atualmente o CTA do Maranhão possui um total de nove policiais civis, dentre delegados e investigadores de polícia. Deste total, seis são pilotos sendo um de asa fixa e cinco de asa rotativa. O Centro ainda conta com seis policiais que possuem o Curso de Operações Táticas Especiais do Grupo de Resposta Tática da Polícia Civil – GRT. 

E a ferramenta principal do CTA? O Centro Tático Aéreo do Maranhão possui quatro helicópteros e dois aviões. Dos quatro helicópteros três são do modelo Esquilo B2 com capacidade para 06 (seis) pessoas a bordo (dois pilotos e quatro passageiros) e uma aeronave modelo EC145 (BK117C2) com capacidade para 09 (nove) pessoas a bordo (dois pilotos e sete passageiros). Além disso possuímos dois aviões CESNA 210 com capacidade para 06 (seis) pessoas a bordo (dois pilotos e quatro passageiros). 

O Centro Tático Aéreo possui três bases em pontos estratégicos no Maranhão: Base São Luís, Base Imperatriz e Base Presidente Dutra. Atualmente o CTA é regido pelo Regulamento Brasileiro da Aviação Civil RBAC nº 90 e pela Norma Geral de Ação do Centro Tático Aéreo (NGA). 

Chegamos à conclusão de que o policial civil que exerce a função de piloto é um profissional estudioso, dedicado e proativo a causa pública no comando de um helicóptero na abrangência de garantir a segurança de todos.

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