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Clã Corrêa Lima alcança feito inédito e já possui nove advogados inscritos na OAB/MA

Terminou ainda pouco na sede da seccional maranhense da Ordem dos Advogados - sob a batuta de Kaio Saraiva, à solenidade do termo de compromisso, que marca o ingresso do profissional nos quadros da entidade. O jovem Anacleto Pereira Corrêa Lima, neto do advogado militante - com mais de meio século de atuação profissional - Itamar Corrêa Lima e filho da jornalista e também advogada Itamargarethe Corrêa Lima abriu a nominata dos novos inscritos. 



Em um feito inédito na história da instituição em todo o País, no mês da consciência negra, celebrado no próximo dia 20, o novato é nada mais nada menos que o nono membro de uma mesma família, de origem negra, a ingressar nos quadros da Ordem. Aos 85 anos, o patriarca dos Corrêa Lima não escondeu a felicidade e fez questão de marcar presença.

“Somos o interruptor da Democracia no País. É a advocacia que tem à missão de barrar os excessos e arbítrios dos agentes públicos, independente da esfera de poder. Hoje, presenciar mais um neto abraçando com amor a carreira jurídica, além de gratidão, tenho orgulho e a certeza que o caminho escolhido foi à opção mais acertada na minha vida”, disse emocionado Itamar Corrêa Lima.

ORIGEM FAMILIAR:

Abandonado pela mãe quando tinha apenas seis meses , o filho de Severo Corrêa Lima, motorista do Palácio dos Leões no governo de Sebastião Archer foi criado por 13 madrastas. A infância e adolescência conturbadas foram à combustão propulsora para alimentar a vontade de vencer que, somada a determinação de garantir aos descendentes um futuro diferente, feito alçado com primazia, fez com que o aluno do Liceu Maranhense tivesse a certeza que somente através da educação conquistaria um lugar de destaque em uma sociedade imperialista e escravocrata.

O resultado não poderia ser diferente. Em 1964, Itamar Corrêa Lima ingressou na faculdade de Direito, na Rua do Sol. O ex- presidente do Centro Acadêmico é citado como exemplo pelos grandes profissionais que desbravaram e lutaram para fortalecer a profissão no Estado.

LEMBRANÇAS DA DITADURA -

Dono de um legado moral robusto, na trajetória pessoal, o ex-escrivão da Polícia Federal, ex- delegado da Polícia Civil, ex-conselheiro da seccional maranhense nas gestões dos colegas Raimundo Marques e Caldas Góis, que foi aprovado nos concursos de auditor do Ministério do Trabalho e Juiz estadual, mas por problemas familiares abriu mão de ambas às nomeações, tem uma passagem em especial que enche de orgulho filhos e netos. 

“O saber jurídico, a coragem e determinação são atributos inconfundíveis. Acompanhei a narrativa de muitos e muitos fatos, porém o que mais chamou minha atenção tem haver com a Ditadura Militar, período difícil na história do Brasil. Em 1968, como presidente do Centro Acadêmico, ele foi preso e retirado da sala de aula apontado pela polícia repressora, como líder dos movimentos que eclodiram em todo o País, inclusive na capital maranhense, para protestar o assassinato do estudante secundarista Edson Luís de Lima Souto, ocorrida dentro do restaurante Calabouço, no Rio de Janeiro”, contou o mais novo causídico.


Ainda exercendo a advocacia, tão somente na condição de consultor jurídico da prole, além de Itamargarethe e Anacleto, também são inscritos na seccional maranhense os filhos Itamary, Itamauro e Itamarcia e, ainda, os netos Italanna, Paulo Filho e Raissa, sem contar com outros dois filhos e um neto que são bacharéis e logo logo estarão seguindo os passos dos demais Corrêa Lima.

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